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Casa da Cultura

Sobre a Padroeira Santa Branca

SSANTA_ENTRADA (1)anta Branca é padroeira da paróquia e deste município. A cidade teve como ponto de origem a Capela em homenagem à santa de devoção da família dos fundadores.

A imagem existente na Matriz da cidade foi doada pelo Capitão Bibiano José Nogueira, que liderou o movimento para a construção da capela. A imagem de Santa Branca é representada de joelhos e com uma corrente de ferro presa ao pescoço. Segundo outros calendários, o dia de comemoração da Santa Branca é 26 de Setembro e 16 de dezembro. Em nossa cidade a festa é comemorada no mês de setembro.

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História da Cachaça “Santa Branquinha”

AlambiqueDesde o limiar do século XIX, estavam em funcionamento vários alambiques de pequeno e médio porte em Santa Branca. A presença desses alambiques se justifica por ser a aguardente um produto que na época tinha valor econômico, juntamente com a cultura do tabaco, e que serviam de escambo para o tráfico de escravos.

Com a proibição do tráfico de escravos em 1850 e com a chegada da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, a produção de aguardente de cana foi drasticamente reduzida. Todos os esforços produtivos se convergiram para a produção do café, principal riqueza do Vale do Paraíba e do Império do Brasil.

Na década de 70 do século XIX, a produção de café em Santa Branca dava significativas mostras de cansaço, considerando as primitivas técnicas de cultivo, a acentuada declividade do terreno que facilitava a erosão do solo, o enfraquecimento das plantas e a consequente queda da qualidade dos grãos. Esses fatores ocasionaram na queda no preço do produto.

A situação mudou com a Abolição da Escravatura em 1888. Sem poder contar com os braços na lavoura, os cafeicultores optaram pelo reestabelecimento e fortalecimento das antigas fábricas de aguardentes de cana, que nas primeiras décadas do século XX, tiveram um desenvolvimento surpreendente.

No fim da década de 20, o Sr. José Rosa Porto fez uma panfletagem ostensiva na capital do estado de São Paulo, especialmente nas distribuidoras de bebida da Praça da Sé, anunciando o lançamento da velha aguardente produzida por seu pai, Onofre de Siqueira Porto.

A fama da aguardente de Santa Branca ganhou outros estados do Brasil. A cachaça acabou virando “Santa Branquinha” e finalmente “Branquinha”.

E “branquinha” é até hoje uma expressão popular atribuída à cachaça, em todo país.

Do século XIX até o final da década de 1930, a produção era acondicionada e vendida em barris. Na era Vargas, devido a Segunda Guerra Mundial, foi decretada a obrigatoriedade do engarrafamento das aguardentes, que deveriam também ser seladas nas fábricas.

Como houve contestações das distribuidoras, o Governo Vargas passou a permitir o fornecimento das fábricas a granel (barril) para as distribuidoras de bebidas que se incumbiriam do engarrafamento.

Com a introdução no mercado das aguardentes industrializadas como “3 Fazendas”, “Aguardente 51” e “Velho Barreiro”, a procura do produto do interior entrou em relativa decadência, sendo agravada pelo excesso de tributação, o que levou a um processo de baixa das antigas fábricas e a um processo de criação de um comércio informal da aguardente no município.

A possibilidade da pecuária leiteira, surgida na década de 1950, levou os antigos proprietários de alambiques de Santa Branca a direcionar seus esforços produtivos para a produção leiteira. A produção da aguardente caiu novamente na insignificância, entretanto, ela continuou sendo procurada por antigos clientes que estavam interessados na qualidade do produto e não na marca registrada.

Com o colapso da pecuária leiteira no município e com a atual opção da cachaça artesanal, os antigos produtores de aguardente estão se agregando em torno da APECA (Associação Paulista dos Engenhos de Cachaça Artesanal) com a intenção de regularizar a situação dos seus tradicionais alambiques e devolver ao bom público a tradicional “Santa Branquinha”.

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